A política como meio de garantia de direitos sempre fez parte da vida de Simone Karipuna, que milita desde a infância pelo seu povo. Como candidata a deputada estadual pelo Amapá, ela propõe a criação de novas políticas estaduais para o fortalecimento e atenção à saúde indígena, além do fortalecimento da agricultura familiar.
Durante a pandemia de Covid-19, Simone Karipuna denunciou a vulnerabilidade dos povos da floresta e a negligência do Governo Federal. Atuou ainda na mediação de doações de kit de higiene e alimentos para as comunidades em situação de emergência.
Por isso, entre suas propostas, está a melhoria da saúde indígena por meio de acompanhamento clínico e contratação de tradutores de línguas indígenas para os postos de saúde.
Para a garantia da defesa dos territórios, Simone Karipuna propõe o fomento a iniciativas de cooperativas da agricultura familiar, bem como a criação do ensino técnico indígena e técnico em meio ambiente para atuação em território indígena.
Como mulher indígena, ela ressalta o desempenho de papéis importantes das amazônidas na transformação da sociedade, ocupando espaços e liderando em frentes políticas. Para isso, Simone quer garantir a segurança socioeconômica e física da mulher indígena e não indígena por meio de políticas públicas específicas para o segmento.
“Como mãe e assistente social, sei dos vários desafios de ser uma mulher na Amazônia. Somos responsáveis por lutar por uma nova sociedade a partir da nossa visão, do nosso cuidado e força, além de exercemos papel de liderança nos nossos círculos sociais. Também somos a maior população do Brasil e o maior público de eleitores”, afirma a candidata.
Histórico
Mulher indígena, do povo Karipuna, nascida na Terra Indígena Juminã, aldeia Kunanã, no município de Oiapoque, Simone é ativista desde os nove anos de idade.
É graduada em Serviço Social e atualmente cursa a especialização em Políticas e Interculturalidade pela Universidade Federal do Amapá. É co-fundadora executiva da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Amapá e norte do Pará (APOIANP); membra co-fundadora da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas do Brasil (ANMIGA); Conselheira e membra co-fundadora do Fundo Indígena da Amazônia Brasileira (Podàali); conselheira e secretária executiva do Conselho Fiscal e Deliberativo do COIAB-CONDEF.
Integrou ainda a Comissão Nacional de Políticas Indigenista e foi coordenadora regional da Funai, recebendo menção honrosa pelo largo trabalho em defesa da vida.
Bancada Indígena
Pela primeira vez na história do pleito eleitoral no Brasil, uma Bancada Indígena disputa as eleições gerais de forma coordenada, uma iniciativa da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) que apoia 30 candidaturas de todas as regiões do País e de 31 povos.
Os candidatos são apoiados pela Campanha Indígena 2022, projeto da Apib para Aldear a Política que é voltado à formação, articulação e construção de estratégias de luta política para ocupação de espaços de decisão e representatividade na sociedade brasileira por lideranças indígenas.
Do total de postulantes indígenas, 12 candidaturas concorrem a vagas de deputado federal e 18 a cadeiras em Assembleias de 20 estados diferentes. As indicações foram realizadas pelas organizações regionais de base que compõem a Apib.
A Campanha Indígena vem fortalecendo as candidaturas eleitas pelo movimento por meio do apoio em relação à divulgação, estratégia e comunicação visual, além do suporte jurídico.