Membra da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO), a defensora pública Denize Souza Leite participou, nesta terça-feira, 25, do evento “As pretas podem”, realizado em alusão ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, comemorado nesta mesma data. A atividade aconteceu no auditório da Assembleia Legislativa do Tocantins (AL-TO), em Palmas.
O evento, uma realização da Secretaria de Estado da Mulher (SecMulher) em parceria com a Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais do Tocantins (Sepot), reuniu representatividades negras femininas tocantinenses em apresentações de suas histórias em frente à luta pela equidade de oportunidades e espaços de poder e atrações culturais.
Na ocasião, Denize Leite participou da roda de conversa “O que querem as mulheres negras/pretas?”. Integrante da Comissão da Mulher e da Comissão da Igualdade Étnico-Racial da Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (Anadep) e da ColetivA de Mulheres Defensoras Públicas do Brasil, a Defensora Pública da DPE-TO reforçou que a data, antes de tudo, marca um dia de luta, denúncias e confluência de ações em prol das mulheres negras tocantinenses.
“Esta data foi reivindicada e conquistada pelas mulheres negras. Precisamos fazer dela um dia de confluência estratégica para reafirmar a nossa trajetória, reconhecer o que foi por nós conquistado pelas mais velhas e prospectar, para as próximas gerações, o que nós ainda queremos e precisamos vencer dentro desta realidade que nos acomete, nos adoece e até nos mata. Por tudo isto, a partir das discussões tão doloridas, mas necessária e valorosas que levantamos, temos de trabalhar políticas a serem inseridas na agenda de trabalho dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário tocantinense, tudo com perspectivas, prazos e metas a serem cumpridas, nos possibilitando mudarmos esta estrutura que nos subverte. Nossa missão é muito grande”, enfatiza Denize Souza.
Participantes
Além da defensora pública Denize Souza, também participaram da roda de conversa a secretária-executiva da Sepot, Cris Freitas; a diretora de Proteção aos Quilombolas da Sepot, Ana Mumbuca; a coordenadora da Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Tocantins (Coeqto), Maria Aparecida Sousa; a coordenadora de Ações Afirmativas da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Solange Nascimento; e a chef de cozinha e empreendedora da gastronomia Ruth Almeida.
O evento foi prestigiado, ainda, pelas secretárias responsáveis pela Sepot e pela SecMulher, Narubia Werreria e Berenice Barbosa, respectivamente, que realizaram a abertura do evento; pela jornalista, Maria José (Maju) Cotrim, que ministrou a palestra “Mulher Negra: poder, representatividade e transformação social!”; e por representantes da AL-TO, de pastas do Executivo Estadual e de movimentos pelas mulheres negras do Tocantins.
Julho das Pretas
Você sabe o que significa o Julho das Pretas? O movimento é uma ação de incidência política e agenda conjunta e propositiva com organizações e movimento de mulheres negras do Brasil, em alusão ao Dia Internacional da Mulher Negra Afro Latina Americana e Caribenha, dia 25 de julho.
O Julho das Pretas foi criado como uma ação organizada para dar destaque à luta das mulheres negras contra a opressão racial e de gênero que impacta suas vidas, promovendo a maior participação delas na política e em outras áreas da sociedade, com foco na superação das desigualdades vivenciadas por elas.
Datas
O mês reúne várias datas importantes para o movimento feminista negro que são comemoradas no mesmo dia, em 25 de julho: o "Dia Nacional da Mulher Negra" e também o "Dia Nacional de Tereza de Benguela", instituídos em homenagem à líder quilombola que viveu no Brasil, e sua luta pela independência do povo negro, assim como o Dia Internacional da Mulher Negra Latinoamericana e Caribenha, que completa 30 anos neste ano.