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Saúde

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

As doenças cardiovasculares são a principal causa de mortes no Brasil.  Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), elas somam mais de 1.100 mortes por dia, o que representa cerca de 46 óbitos por hora. Só esse ano, mais de 326 mil brasileiros perderam a vida dessa forma. Embora sejam alarmantes, esses dados não são novidade. O que chama a atenção é que se há anos o problema era associado principalmente aos homens, idosos e com sobrepeso, o cenário vem mudando. De acordo com um levantamento pela Global Burden of Diseases (GBD), em parceria com a SBC, as mulheres jovens têm se tornado vítimas cada vez mais comuns de infarto.

O número de ataques cardíacos entre as brasileiras de 15 a 49 anos saltou de 7,1 mil casos em cada 100 mil habitantes, em 1990, para 11,6 mil casos, em 2019. O aumento foi de 62%. Na faixa etária de 50 a 69 anos, o número quase triplicou, com alta de aproximadamente 176%. Mas o que pode estar desencadeando essa alta? O médico cardiologista, Dr. Henrique Furtado, acredita que o estilo de vida do público feminino tenha relação com o problema. “As sobrecargas profissional e familiar que muitas mulheres são submetidas provocam um elevado índice de estresse, que pode aumentar as chances de infarto. Além disso, os sintomas nas mulheres podem variar um pouco e, por fugirem da clássica dor no peito, muitas acabam negligenciando o problema”, explica o médico.

Às vezes, até mesmo alguns profissionais da saúde acabam tendo dificuldade de identificar que a paciente está infartando. Muitas mulheres reclamam apenas de cansaço, falta de ar e do coração acelerado. Sintomas que se assemelham a uma crise de ansiedade, por exemplo. Como resultado disso, a SBC aponta que menos de 50% das pacientes com doenças cardíacas são submetidas ao tratamento adequado e ficam sujeitas a piora de seus quadros clínicos. “É por isso que sempre recomendamos um check-up, no mínimo, anual com um médico cardiologista. Aos olhos de um especialista, esses sintomas menos comuns certamente têm mais chances de serem notados e a doença de ser diagnosticada”, recomenda o Dr. Furtado.

A única coisa melhor que um diagnóstico precoce, é nem desenvolver o problema. Boa parte das doenças cardiovasculares podem ser evitadas. Para isso, alimente-se de forma balanceada: coma mais frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras. Além disso, evite o excesso de açúcar, gorduras saturadas, sódio e álcool. Pratique atividades físicas regularmente e gerencie os níveis diários de estresse. Seja mulher ou homem, o excesso de estresse traz graves consequências para a saúde do coração. Por fim, mas não menos importante, sempre que sentir que algo não está normal, procure um médico o quanto antes. (Precisa/AI)