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Estado

Foto: Márcio Di Pietro/Secom-TO

Foto: Márcio Di Pietro/Secom-TO

Primeira indígena a assumir uma secretaria de estado e a primeira a comandar a pasta dos Povos Originários e Tradicionais no Tocantins, Narubia Silva Werreria está exonerada a partir desta terça-feira, 25. A exoneração é assinada pelo governador Wanderlei Barbosa e foi publicada no  Diário Oficial do Estado dessa segunda-feira (24).

Ativista indígena tocantinense, Narubia assumiu a Secretaria dos Povos Originários em janeiro de 2023. Narubia ainda não divulgou mensagem falando sobre a exoneração. 

No lugar de Narubia, foi designado Paulo Waikarnãse Xerente para responder interinamente pela Secretaria. De acordo com o Governo do Estado, ele já vinha desempenhando, na pasta, o cargo de diretor de Proteção aos Povos Originários e possui uma vasta experiência em serviços públicos prestados no Tocantins.

Paulo Waikarnãse é indígena da etnia Xerente, nasceu na Aldeia Porteira e é cacique. Possui graduação em Administração pela Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), pós-graduação em Ciência do Ambiente pela Universidade Federal do Tocantins (UFT) e, atualmente, é doutorando na mesma instituição.

Ele também já trabalhou na área da educação indígena, em pastas vinculadas ao Governo do Tocantins. Além disso, exerceu o cargo de chefe de Brigada de Incêndio na etnia Krahô pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama); chefe de Transporte na Prefeitura Municipal de Porto Nacional pela Secretaria de Infraestrutura (Seinfra); e como técnico de Enfermagem na etnia Xerente, pelo Distrito Sanitário Indígena Tocantins (Dsei-TO).

 Paulo Waikarnãse Xerente assumiu interinamente a gestão da Sepot (Foto: Jerfeson Nascimento/Secom-TO)

Funções da Secretaria dos Povos Originários 

Dentre as inúmeras funções e atribuições da Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais, estão propor diretrizes e projetos para a política estadual de proteção aos povos originários e tradicionais do Tocantins; promoção de ações nas áreas de saúde, educação, cultura, saneamento, habitação e agricultura, entre outras; articular ações mediadoras, visando à solução dos conflitos sociais que envolvam os povos originários e tradicionais. 

A secretaria tem, também, o intuito de promover e apoiar a cultura dos povos originários tradicionais, com ações que podem potencializar a promoção e divulgação de eventos culturais, articulação e promoção de intercâmbio e cooperação com entidades e instituições públicas ou privadas, nacionais ou internacionais visando ao reconhecimento, à defesa, à promoção e à divulgação das culturas e direitos dos povos originários e tradicionais, dentre outros.

14,1 mil indígenas 

 Um levantamento realizado pela Secretaria de Cidadania e Justiça (Seciju) aponta que há aproximadamente 14,1 mil indígenas vivendo em terras tocantinenses, divididos em dez etnias, sendo elas: Apinajé, Xerente, Krahô, Karajá Xambioá, Karajá, Javaé, Avá Canoeiro, Krahô Kanela, Kanela do Tocantins e Krahô Takaywrá. Destes, 11.560 vivem em terras indígenas demarcadas, enquanto 2.558 estão fora do território. Em relação às comunidades quilombolas, o Tocantins conta com 38 no total, conforme pesquisa divulgada pela Secretaria de Cultura e Turismo (Secult), sendo seis comunidades localizadas na região norte, oito na região central, 13 na região sudeste e 11 na região sul do Estado. O último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), datado de 2010, aponta que 42,9% da população tocantinense é formada por mulheres. (Matéria atualizada às 16h58)