Não apenas deputados de oposição levantaram críticas contra o atraso nas obras de recuperação das rodovias próximas a assentamentos no Tocantins, durante encontro com o secretário estadual da Infraestrutura, Alexandre Ubaldo e com o superintendente do Incra no Tocantins, Ruberval Gomes da Silva. Na ocasião, o ex-líder de governo, deputado Freire Júnior (PSDB) criticou duramente a gestão dos mais de R$ 30 milhões referentes aos recursos do Incra em conjunto com a contrapartida de R$ 12 milhões do governo estadual.
Fazendo coro com o deputado Eli Borges (PMDB), Freire Júnior (PSDB) acirrou as críticas à situação das estradas estaduais, bem como a anexação do Dertins à Seinf. “Eu acredito que, assim como o deputado Eli Borges levantou, esta junção do Dertins à Secretaria da Infraestrutura foi um erro. Um tem o dever de planejar, outro de executar. Mas quem deveria tomar a decisão já tomou”, completou.
Em tom ainda mais incisivo que os parlamentares da oposição, o ex-líder de governo atacou diretamente a competência dos gestores em aplicar os recursos do governo federal. “Um convênio que tem valor de R$ 19 milhões, foram liberados R$ 4 milhões para atender 85 municípios e não foram atendidos nem dois. É incompetência, é falta de gestão, está claro. Tanto do Incra quanto do governo do Estado. Há prejuízo sim para o produtor do Estado. Não deram conta de aplicar R$ 19 milhões, como vão aplicar R$ 1 bilhão que devem entrar na conta do Estado em 2013?”, criticou.
Durante sua fala, o tucano ainda questionou as informações referentes à situação rodoviária do Tocantins, trazidas pelo secretário da Infraestrutura. “O cenário que o secretário traz aqui é um que não existe. Eu estou cansado de ligar para o secretário para reclamar. O Estado está crítico. Péssimas rodovias, sem sinalização, sem roçagem”, salientou.
Na ocasião, o também ex-líder de governo, José Bonifácio (PR) rebateu um dos argumentos do secretário Ubaldo, que usou a questão indígena para justificar dificuldades em recuperação de estradas em localidades próximas a reservas. “O governo tem que colocar a mão no bolso e fazer valer estas estradas. Se não fosse assim, Marcelo Miranda não teria feito a estrada que liga a Transamazônica a Tocantinópolis. Essa desculpa, no meu entendimento, não cola mais”, disse.
O secretário, em resposta ao deputado governista, frisou que o grande número de problemas nas rodovias no Tocantins, são em estradas de responsabilidade do governo federal. “O número que nós temos aqui não são nossos, não. São de um Detran, de outro departamento. Estas situações de acidentes nas estradas, de ambulâncias caindo em buracos nós, felizmente, não vemos mais”, completou. Ubaldo ainda justificou o atraso das obras culpando a burocracia.