Moradores de Campo Alegre, Distrito de Paranã, afirmaram ao Conexão Tocantins na tarde desta sexta-feira, 14, estarem insatisfeitos com a mudança da localidade de uma escola imposta pelo gestor do município. Segundo eles, alunos da rede municipal do distrito estudavam em um galpão provisório oferecido por uma ONG que está efetuando a construção de uma escola para atender as crianças do distrito. No entanto, segundo vários pais, a gestão de Paranã, por viés político, não estaria permitindo e nem aceitando que as crianças sejam atendidas pela ONG Dom Bosco da Igreja Católica, administrada por italianos.
Segundo Sirley Francisco da Conceição, pai de um aluno, as crianças estavam estudando em um galpão oferecido pela ONG, até a construção da escola ficar concluída. Sirley disse que o prefeito anterior teria doado uma área no distrito para que a ONG pudesse efetuar a construção da escola, mas que agora, segundo ele, com toda estrutura pronta o atual gestor não estaria aceitando “No lote havia uma escola que estava muito antiga, foi demolida e a ONG iniciou a construção de uma nova escola, mas a gestão atual não quer aceitar”, disse Sirley.
Sirley demonstrou insatisfação com a troca do ambiente escolar: “As crianças estavam sendo atendidas em um galpão oferecido pela ONG enquanto a escola ficasse pronta, mas mesmo sendo um galpão lá tinha estrutura e era bem mais equipado, agora o prefeito quer tirar e mandar para um outro galpão que nem muro tem”, afirmou.
Divonilton Francisco Torres, também pai de um aluno, afirmou ao Conexão que os administradores da ONG, que segundo eles, são italianos, informaram em reunião com todos os pais nesta sexta-feira, que fechariam o colégio, tanto o galpão, quanto a escola que está quase pronta, por estarem batendo de frente com o prefeito do município.
Ivanilde Quirino da Fonseca, mãe de um aluno, disse que devido a atritos políticos a gestão não estaria aceitando que a ONG ajude o distrito. “Isso tudo é devido a atrito político, criando caso porque a ONG ajuda muitas pessoas. Queremos que as crianças continuem sendo atendidas pelos italianos, queremos que eles entrem em um acordo”, afirmou salientando ainda: “A escola que está quase pronta, igual a ela nunca teve antes dentro da região de Campo Alegre. Os Italianos estão fazendo e fazem obras de caridade que nenhum prefeito até agora fez”, disse Ivanilde.
Sandra dos Santos Torres, também mãe de um aluno, chegou a afirmar que o galpão disponibilizado pela prefeitura é um lixo. “A escola que está sendo construída é um sonho para toda criança, é bem estruturada, mas o galpão é um lixo, fica na avenida principal, não tem muro, não tem estrutura e só tem mato”, disse.
Army Torres Farias, moradora do Distrito, afirmou ao Conexão Tocantins que as justificativas apresentadas pelo gestor é de que o pessoal da Ong Dom Bosco tem métodos diferentes de trabalhar. “Os pais não aceitam tirar os filhos para por em um galpão com estrutura muito pior”, afirmou a moradora que ainda disse: “Moramos a 78 km de Paranã, estrada de chão. Eles deviam olhar mais para agente, olhar com mais carinho. Os italianos sempre nos ajudam e quase tudo que tem aqui foram eles que fizeram”, afirmou.
Prefeito
O prefeito de Paranã, Edson Nunes Lustosa (PMDB), afirmou ao Conexão Tocantins que a gestão anterior juntamente a um determinado vereador teria cedido uma área para a ONG Dom Bosco em troca da construção de uma escola, que após finalizada seria repassada ao município. “Deram uma área de mais de 2 mil m² em troca da escola para passar para o município, mas agora, porque ganhei a eleição, não querem repassar e não aceitam que eu coloque nem professores”, afirmou.
“Quem deve manter uma escola é o município, isso não existe de uma ONG manter”, disse o prefeito, confirmando ter tirado as crianças do outro galpão. “Lá nem merenda tinha, e também não tinha muro, já arrumei uma sala enorme, já mandei cercar, vou levar ventiladores e é 100% melhor do que o que eles estavam, vão estudar com mais dignidade”, disse o prefeito.
Lustosa ainda disse que ao término do período chuvoso iniciará a construção de uma nova escola em Campo Alegre. “Já saiu verba para construção de uma escola com oito salas de aula, só passar a chuva, no máximo daqui a 10, 15 dias começaremos a construir”, disse ele que ainda afirmou: “O ex-prefeito não assentou um tijolo no município, eu em cinco meses construí um posto de saúde em Campo Alegre que não tem técnico de enfermagem, tem enfermeira padrão. E daqui a algum tempo terão uma escola padrão também”, pontuou.
