Alguns vereadores usaram a tribuna da Câmara Municipal de Palmas nesta quinta-feira, 20 de agosto, para criticar a demissão em massa de servidores da Prefeitura de Palmas. Joaquim Maia (PV) afirmou que ao invés de oportunidades para a população, o que se vê em Palmas são portas fechadas. "Se a arredação aumentou, se a cobrança aumentou, se o orçamento aumentou, porque o município não está dando conta de arcar com a sua obrigação, com seus gastos? Talvez tenha dado passos maiores do que tenha sido a sua capacidade. O pior é ver que quem paga o pato por isso são aqueles que precisam de trabalho, do emprego, que precisam de uma fonte de renda", afirmou.
Segundo o parlamentar, os palmenses sentem o arrocho no bolso em decorrência do aumento no custo de vida. "A atual gestão, de maneira bastante agressiva, tem colocado a população de Palmas uma série de aumento de impostos, aumento de taxas, aumento na cobranças desses impostos. E a população vê no seu dia a dia um aperto, um arrocho, principalmente pela ânsia dessa atual gestão em arrecadar. O custo de vida em Palmas aumentou muito e no entanto o que vemos é que o arrecadado não dá para as despesas. Palmas não merece isso", salientou.
Joaquim Maia criticou a justificativa para demissão dos servidores. De acordo com o vereador, o argumento de que não tem dinheiro para pagar os servidores não justifica e compromete o cidadão que precisa. Joaquim Maia apontou: "Não tem dinheiro para pagar, ou não prioriza esses pagamentos?! Porque tem dinheiro para pagar o painel de Led nas janelas da Prefeitura, tem dinheiro para fazer shows, tem dinheiro para promover eventos, mas não tem dinheiro para pagar aquele pai de família que precisa trabalhar, não tem dinheiro para pagar o professor do Cmei, tendo que substituir o professor qualificado por monitor. Algo que tem algo errado! Essa forma colocada pela atual gestão compromete exatamente aquele que precisa", afirmou.
O parlamentar Lúcio Campelo (PR) também saiu em defesa dos servidores demitidos. Segundo ele, haverá corte de outros 240 funcionários. "Tive a informação agora que vai haver corte de mais 240. O prefeito que há dois anos disse que não trabalhava pelo salário de um professor, hoje ele me tira professor da sala de aula e coloca cuidador. A educação está vivendo um momento extremamente difícil comprometendo o futuro das nossas crianças", afirmou.
Lúcio Campelo disse ainda que a receita em Palmas quase dobrou, mas a cidade não cresceu em dois anos e meio. O vereador ainda apontou gastos: "O município de Palmas está sendo é mal gerido. A gestão anterior gastou R$ 48 milhões em quatro anos com limpeza pública, o prefeito Carlos Amastha vai gastar R$ 160 milhões. Tenho aqui em minhas mãos, Diário Oficial, R$ 1,1 milhão com passagem aérea só para os jogos indígenas, tenho aqui em minhas mãos R$ 555 mil para lavar o carro da Prefeitura, lavagem de carro é R$ 35, mas está superfaturado no Diário Oficial! A prefeitura vai ter que lavar os carros dela todo dia, duas vezes por dia para poder gastar esse dinheiro. A minha cidade está sendo roubada!", afirmou.
Defesa
O vereador Waldson da Agesp (PT) disse que tentou minimizar as demissões e que 150 já estão trabalhando em empresas. "Tivemos que demitir mais de 300 funcionários, funcionários esses que precisam daquele emprego por ser a única fonte de renda daquelas famílias. Infelizmente teve que vir o ajuste aqui na nossa cidade, e tivermos que colocar 300 pessoas fora. Eu, como representante daquela classe, já sabendo que poderia acontecer isso, fui atrás do prefeito Carlos Amastha para a gente conseguir minimizar esse sofrimento daquele pessoal. Desses trezentos que foram demitidos já achamos o caminho para 150 deles que estão retornando ao trabalho. Não na prefeitura, mas achamos caminho dentro das empresas", informou.
De acordo com o vereador, os que criticam não procuram soluções para os problemas. "Criticando a demissão, mas não fazem nada para uma solução. Não adianta ficar aqui só falando, falando e não agir", disse.
Críticas
A Prefeitura de Palmas vem sofrendo diversas críticas quanto a superfaturamento em obras de reformas, além de dispensa de licitação em outras ações e locações milionárias. Um dia após a demissão em massa de trabalhadores da área de serviços gerais que gerou insatisfação e polêmica também no meio político, a Prefeitura de Palmas contratou sem licitação a empresa Music Up Comunicação e Eventos Eirelli por R$ 495.000,00 mil para apresentação artística de shows no 9º Festival Gastronômico de Taquaruçu entre os dias 04 a 08 de setembro 2015.