A adesão popular à manifestação realizada nessa quarta-feira, 24, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), superou a expectativa das centrais sindicais envolvidas no ato. A afirmação é do presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) no Tocantins, Cleiton Pinheiro. Diferente da informação disseminada pela mídia nacional, que afirma que o protesto reuniu entre 30 e 45 mil pessoas, o sindicalista garante que pelo menos 200 mil pessoas atenderam à convocada das entidades e estiveram presidentes no “Ocupa Brasília”, nome escolhido para o ato.
“Apenas a NSCT levou 800 ônibus de todos os estados para o ato, ou seja, uma única central levou em torno de 36 mil pessoas”, informou. Além da Nova Central, a manifestação reuniu a União Geral dos Trabalhadores (UGT), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Força Sindical e a Centra dos Trabalhadores do Brasil (CTB). “O governo ficou assustado com a quantidade de gente na Esplanada dos Ministérios. Eu acredito que somente nas Diretas Já [movimento popular em prol de eleições diretas realizado em 1983 e 1984] se viu tanta gente reunida diante do Congresso Nacional”, disse Cleiton Pinheiro.
No protesto, as manifestações se deram contra as reformas Trabalhista e da Previdência; pela saída de Michel Temer (PMDB) do Governo e por eleições diretas no País.
Ainda de acordo com Pinheiro, as centrais sindicais, em âmbito nacional, se reunirão nos próximos duas para avaliar a ação desta quarta-feira e definir os próximos encaminhamentos e ações que serão realizadas contra as reformas e o governo.
Repúdio
Cleiton Pinheiro também informou que as centrais sindicais repudiam os atos de vandalismo ocorridos em meio ao ato. O protesto teve início de forma pacífica, mas terminou em tumulto e depredação de órgãos públicos, após a ação de vândalos e da atuação da Polícia Militar do Distrito Federal. “Foi uma ação de um grupo que até agora não foi identificado, até porque, usavam máscara. Nós repudiamos qualquer postura de quebradeira e invasão de prédios. Não fomos para a rua com esse objetivo, mas sim para mostrar ao Temer que não aceitamos o tipo de governo que ele impõe”, afirmou.