O presidente da Câmara Municipal de Palmas, José do Lago Folha Filho (PSD), fez seu primeiro pronunciamento oficial após sua prisão pela Polícia Civil na Operação Jogo Limpo que investiga um suposto esquema de desvio de R$ 7 milhões da Fundação Municipal de Esportes (Fundesportes) e da Secretaria de Governo de Palmas durante a gestão do ex-prefeito Carlos Amastha (PSB).
Folha - que foi preso na última segunda-feira, 6, e liberado nesta quarta-feira, 8, após prestar depoimento - usou a tribuna da Câmara para se pronunciar durante a sessão desta quinta-feira, 9. O presidente negou envolvimento com o suposto esquema e criticou a atuação da polícia que, segundo ele, agiu de maneira exagerada ao quebrar as portas de sua casa e também por impedir que alguns vereadores e servidores da Câmara pudessem entrar nos gabinetes para trabalhar durante cumprimento dos mandados de prisão e de busca e apreensão na última sexta-feira, 3, quando a operação foi deflagrada.
O presidente da Câmara se disse “muito abalado pelo que aconteceu” e disse que “pensava que era desnecessária tanta exposição de nossa imagem”. Folha ainda completou: “Sairei deste processo muito mais fortalecido politicamente do que eu entrei” e conclamou demais vereadores aliados e apoiadores políticos a sair às ruas e pedir votos em sua campanha a deputado estadual. “Quero ser o deputado mais votado do Tocantins”, bradou Folha.
O vereador também negou seu envolvimento no suposto esquema. “Me acusaram de participar de um esquema de R$ 7 milhões e em todo este esquema eu tive a participação de R$ 10 mil. Eu gerencio um orçamento de R$ 40 milhões. Eu devolvi aos cofres públicos R$ 1 milhão de reais que foi economizado”, disse Folha referindo-se ao fato de, em janeiro deste ano, ter devolvido pouco mais de R$ 1 milhão em recursos economizados do orçamento da Câmara em 2017.
Além de Folha Filho, os vereadores Rogério Freitas (MDB) e Major Negreiros (PSB) também foram presos. Freitas foi liberado ainda no último domingo, 5, após prestar depoimento. Já Negreiros só foi preso nesta quarta no aeroporto Galeão no Rio de Janeiro quando voltava das férias no Chile. Ele foi recambiado para Palmas onde encontra-se detido no quartel da Polícia Militar.
Antes de concluir seu pronunciamento Folha também comentou a instauração da CPI do Previpalmas que irá investigar aplicações do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos de Palmas com indícios de irregularidades.
A CPI foi instaurada na última terça, depois de mais de um ano obstruída pelo próprio presidente que se recusava a designar que os líderes de blocos indicassem os membros da comissão. A instauração só foi possível porque a sessão de terça foi presidida pelo vereador Leo Barbosa (SD), vice-presidente da Mesa Diretora, já que Folha estava preso.
De volta ao comando da Casa, o presidente afirmou que dará prosseguimento à CPI. “Não vou obstruir nada. Vamos hoje indicar os nomes desta Comissão Parlamentar de Inquérito”, disse.
Ao final do pronunciamento, Folha reassumiu a presidência e suspendeu a sessão para que os vereadores pudessem se reunir em reservado e definir os nomes que irão compor a CPI do Previpalmas. Os membros devem ser anunciados em instantes.