Cerca de 150 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST-TO) bloquearam no inicio da noite desta sexta-feira, 17 de abril, a movimentação de veículos em três rodovias no Tocantins. A ação tem o objetivo de lembrar o Massacre de Eldorado dos Carajás, que aconteceu há 18 anos no Pará e terminou com a morte de 21 sem-terra.
O movimento fechou o trecho da rodovia TO-050 (Palmas-Porto Nacional), trecho da rodovia TO-404 (Araguatins–Augustinópolis) e o trecho da rodovia TO-404 (Augustinópolis – Buriti do Tocantins).
O ato faz parte da Jornada de Lutas do Abril Vermelho, mas o movimento também aproveita para protestar por:
· Reforma agrária – assentamento de todas famílias acampadas no Tocantins;
· Reforma política popular;
· Contra medidas que reduz o direito dos trabalhadores
· Contra a criminalização dos movimentos e das lutas sociais;
· Produção agroecológica;
· Implantação de posto de saúde nos assentamentos;
· Educação do campo com acesso a educação de qualidade em tempo e momento viável, em diversos níveis-básico e técnico, implantação de infraestrutura e assistência técnica nos assentamentos;
“O governo tem que agilizar e tirar as políticas do papel. A Reforma Agrária está parada e é um instrumento de acesso a terra para milhares de trabalhadores”, disse a líder Maria de Jesus.
Histórico
O Massacre de Eldorado dos Carajás aconteceu durante uma marcha de integrantes do MST para Belém, em 1996. Na ocasião, os sem-terra bloqueavam a rodovia PA-150 para forçar a desapropriação da área da fazenda Macaxeira, de 35 mil hectares ocupada por 1500 família havia 11 dias. O coronel Mário Collares Pantoja, mandou os policiais assassinos para o local a fim de conter a ação do MST.
Mas a operação da polícia, que envolveu 155 PMs armados, levou à morte 21 trabalhadores, deixou mais de 69 mutilados e uma centena de feridos. Por isso, o dia 17 de abril de 1996 acabou entrando para a história como uma das ações policiais mais violentas.