Ao apontar a existência de uma série de necessidades e demandas da classe que não têm tido respaldo da representação atual da categoria no Tocantins, um grupo de médicos que prega responsabilidade e defesa dos profissionais em diversas frentes resolveu se unir e lançar candidatura para a disputa da presidência do Sindicato dos Médicos no Estado do Tocantins (Simed).
O grupo é formado por membros atuantes e participativos na busca por, entre outros benefícios, direitos, valorização e melhoria das condições de trabalho dos profissionais. Na noite dessa terça-feira, 3, os integrantes do grupo debateram algumas ideias para o setor.
“É um grupo que nasce da necessidade, primeiramente, de fazer com que o sindicato possa ter a responsabilidade e priorizar a defesa dos direitos e das condições de trabalho dos profissionais”, disse o clínico geral Hugo Magalhães, de 34 anos. “Todos aqui participamos ativamente, somos militantes classistas, denunciamos as irregularidades, somos combativos, mas antes de tudo somos profissionais. Sentimos na pele as necessidades e não vemos respaldo de onde deveria vir esse apoio”, complementou.
Após alguns encontros e contatos com profissionais de Palmas e várias partes do Estado, Magalhães foi escolhido pelo grupo como o candidato à presidência do sindicato.
Durante a reunião dessa terça-feira, eles discutiram, por exemplo, a situação das condições de trabalho e direitos básicos da categoria, além da necessidade de uma representação mais efetiva para a classe.
“Alguns direitos do profissional não foram reconhecidos, a classe perdeu espaço, carece de uma representatividade mais atuante. Hoje a classe médica é responsabilizada muitas vezes pelo caos na saúde, sendo que, na verdade, somos reféns da falta de condições mínimas de trabalho”, comentou, ressaltando que falta uma defesa mais incisiva do sindicato nesses quesitos.
Para a neurologista Ádria Simões, que compõe o grupo e foi escolhida como vice da futura chapa, há uma necessidade iminente de valorização da humanização da medicina, ações voltadas à qualidade de vida dos profissionais e formação de novos médicos. “Há uma vasta gama de necessidades e demandas que não estão ao alcance hoje de nós profissionais. Esse grupo tem em mente a realidade e como implementá-los. Isso tudo, aliada às mínimas condições de trabalho, reflete no bom atendimento e a responsabilidade com a saúde, pública ou privada.”
Outro ponto que os membros do grupo discutiram foi o modelo de gestão do Simed, que há oito anos não tem uma alternância de comando, o que impede, por exemplo, implementação de novas ideias, práticas e melhorias para a classe. Magalhães defendeu maior transparência na aplicação dos recursos do sindicato.
Ao final do encontro, os médicos decidiram que vão propagar as ideias e propostas e buscar adesões para o movimento, com objetivo de fortalecer o grupo na busca das mudanças que devem ser feitas em nome da classe médica. “É bom que se deixe claro que esse movimento não é de “A” nem de “B”. É um movimento que nasceu de uma série de necessidade e demandas urgentes que não têm tido respaldo do comando atual de nossa representação. Diante disso, decidimos tornar público isso, debater a atuação do Simed e, além de apontar os erros, assumir as responsabilidades de nos unirmos por colocar em prática essas soluções que beneficiam toda a categoria”, finalizou Magalhães.