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Polí­tica

Vanessa Xerente é chefe do esquadrão da brigada feminina indígena contra incêndio florestal no município de Tocantínia.

Vanessa Xerente é chefe do esquadrão da brigada feminina indígena contra incêndio florestal no município de Tocantínia. Foto: Divulgação

Foto: Divulgação Vanessa Xerente é chefe do esquadrão da brigada feminina indígena contra incêndio florestal no município de Tocantínia. Vanessa Xerente é chefe do esquadrão da brigada feminina indígena contra incêndio florestal no município de Tocantínia.

Chefe do esquadrão da brigada feminina indígena contra incêndio florestal no município de Tocantínia/TO, Vanessa Xerente sempre foi guerreira diante dos estragos causados pelo fogo para ajudar seu povo. Acostumada a lutar ao lado das mulheres para conter chamas e recuperar casas, ela tornou-se voluntária e passou a liderar as demais parentes na prevenção e combate às queimadas. Por isso, como candidata a deputada federal pelo Estado do Tocantins, seu foco de atenção e propostas é voltado a políticas para a Floresta, Mulheres e Povos Indígenas.  

Em favor da preservação do bioma Amazônico, Vanessa defende o reforço da fiscalização e incentivo à preservação de áreas de vegetação nativa em qualquer espaço: sejam em unidades de conservação, terras indígenas, assentamentos e propriedades privadas (áreas de preservação permanente, reserva legal ou seu excedente e uso restrito).

Para isso, aposta também na educação ambiental para as populações que habitam esses espaços, capacitando tecnicamente pessoas para atuarem na manutenção das nascentes, mananciais e áreas de florestas, além do combate aos incêndios. Nesse contexto, a inclusão tecnológica como ferramenta de comunicação é uma das ferramentas que podem auxiliar esse trabalho.

“A comunicação rápida real e gratuita e a proteção da biodiversidade do nosso meio ambiente é vital para nosso reconhecimento cada vez mais forte como um povo originário”, afirma.

Outra medida é melhorar a infraestrutura de acessos às aldeias a fim de garantir um melhor deslocamento do atendimento emergencial feito pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) na busca de garantir a sobrevivência de parentes que necessitam de socorro rápido. “Já morreram indígenas por falta do atendimento a tempo, devido ao acesso ser tão péssimo que se torna quase improvável que chegue até o povo”, explica.

Vanessa Xerente também defende uma demanda vinda de muitas aldeias que sofrem com o período de seca, ficando mais suscetíveis às queimadas: um programa de casas populares como alternativa aos que optarem. “A situação que vivemos me levou a ser brigadista voluntária. Com a formação que recebi pude contribuir ainda mais com o meio ambiente, em um cenário em que ele é atacado pelo fogo, sem uma política ambiental. Atuamos ainda na conscientização das comunidades. É muito triste ver comunidades perderem tudo com a queima das palhas das casas”, afirma.  

Histórico

Vanessa Xerente, é indígena Akwê. Filha de mãe solteira, desde cedo precisou adaptar-se para sobreviver na floresta e na cidade. O pai foi assassinado quando ela tinha cinco dias de vida.

Aos 14 anos deixou a aldeia para aprender a Língua Portuguesa e mais sobre a sociedade não indígena. Hoje, aos 33 anos, tornou-se militante em defesa das mulheres e dos menos favorecidos. Participa ativamente das questões políticas relacionadas à defesa da democracia. É candidata ao cargo de deputada federal pelo partido Rede Sustentabilidade na coligação Federação Psol/Rede. 

Bancada Indígena 

Pela primeira vez na história do pleito eleitoral no Brasil, uma Bancada Indígena disputa as eleições gerais de forma coordenada, uma iniciativa da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) que apoia 30 candidaturas de todas as regiões do País e de 31 povos. 

Os candidatos são apoiados pela Campanha Indígena 2022, projeto da Apib para Aldear a Política que é voltado à formação, articulação e construção de estratégias de luta política para ocupação de espaços de decisão e representatividade na sociedade brasileira por lideranças indígenas. 

Do total de postulantes indígenas, 12 candidaturas concorrem a vagas de deputado federal e 18 a cadeiras em Assembleias de 20 estados diferentes. As indicações foram realizadas pelas organizações regionais de base que compõem a Apib.

A Campanha Indígena vem fortalecendo as candidaturas eleitas pelo movimento por meio do apoio em relação à divulgação, estratégia e comunicação visual, além do suporte jurídico. 

Conheça todas as candidaturas: 

Deputado(a) Federal

||| Coiab

1. Vanessa Xerente | TO | 

2. Lucio Xavante | MT | 

3. Joenia Wapichana | RR | 

4. Ninawa Huni kuin | AC | 

5. Maial Kaiapó | PA |

6. Almir Suruí | RO | 

7. Vanda Witoto | AM | 

||| Apoinme

8. Célia Xakriabá | MG | 

9. Toninho Guarani | ES | 

||| CGY e Arpinsul

10. Kerexu Yxapyry | SC | 

11. Ivan Kaingang | PR | 

||| Arpinsudeste

12. Sonia Guajajara | SP | 

||| Aty Guasu

(SEM CANDIDATURAS PARA FEDERAL)

||| Conselho Terena

(SEM CANDIDATURAS PARA FEDERAL)

Deputado(a) Estadual

||| Coiab

1. Junior Manchineri | AC | 

2. Maria Leonice Tupari | RO | 

3. Robson Haritiana | TO | 

4. Eliane Xunakalo | MT |

5. Simone Karipuna | AP | 

6. Professora Edite | RR | 

7. Aldenir Wapichana | RR | 

8. Marcos Apurinã | AM | 

9. Coletivo Guarnicê | Com Rosilene Guajajara | MA | 

||| Apoinme

10. Juliana Jenipapo Kanindé (Cacica Irê) | CE | 

11. Cacique Aruã Pataxó | BA | 

12. Coletivo Indígena de Pernambuco | PE | 

13. Lindomar Xoko | SE | 

||| CGY

(Sem candidatura para estadual)

||| Arpinsul

14. Kretã Kaingang | PR | 

15. Professor Eloir | RS | 

||| Arpinsudeste

16. Chirley Pankará | SP | 

17. Coletivo ReExistência | SP | 

||| Conselho Terena

18. Val Eloy | MS | 

||| Aty Guasu

 (Sem candidaturas para federal)

Total: 30
Federais: 12
Estadual: 18