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A comissão formada por candidatos que prestaram o concurso da Polícia Militar do Tocantins (PM) informou ao Conexão Tocantins que é contra à recomendação do Ministério Público Estadual (MPE) para que o governo do estado anule de vez o concurso da PM. Ainda de acordo com a recomendação, emitida na última terça-feira, 13, o ideal seria que o governo realizasse novo processo licitatório para contratar outra empresa para prestar o serviço especializado para organização do certame.

A justificativa para a recomendação seria a quebra de sigilo das provas da fase objetiva, aplicadas em 11 de março deste ano. Para a promotoria, as supostas fraudes comprometeriam a credibilidade do certame, justificando sua anulação.

O membro da comissão dos candidatos Matheus Roseno discorda do posicionamento do MPE. Segundo ele, todas as investigações realizadas até agora demonstraram que as fraudes não prejudicariam o concurso como um todo. “O delegado da polícia civil falou que isso não iria prejudicar o andamento do concurso e a banca também divulgou uma nota falando que realizou uma investigação interna e acharam poucas pessoas que teriam fraudado”. O candidato refere-se a um comunicado da AOCP Concursos Públicos do mês de outubro, no qual a empresa dizia que havia identificado e eliminado os candidatos que fraudaram o certame. Segundo a AOCP, o concurso continua íntegro e a organizadora estaria pronta para dar continuidade às fases seguintes.

“A gente queria entender melhor, dar uma olhada no inquérito, que é este que o promotor está falando porque queremos o andamento. A justiça já extinguiu o processo que suspendia o concurso e falta só a decisão do TCE. Essa recomendação do promotor nos assustou porque tudo, até o momento, tem sido favorável. É claro que nós não queremos a anulação do concurso porque já investimos muito tempo e dinheiro nisso”, finalizou Matheus.

Inquérito

No inquérito apontado pelo MPE, ficou comprovado pela Polícia Civil que houve acesso prévio e não autorizado ao caderno de provas, que foi repassado posteriormente, por meio de um esquema de fraude, utilizando celulares que foram escondidos em lixeiras de banheiros nos locais de provas. Foram identificados 16 candidatos que receberam os gabaritos das provas de cadete e de soldado, havendo a indicação de que outros 19 também se beneficiaram e que não foram identificados.

De acordo com o documento, a quantidade de acertos no gabarito enviado a um celular encontrado no fundo de um cesto de lixo, seria suficiente para credenciar os candidatos para as outras fases do concurso.

Para Euthon Diêgo Ponte Araújo, que também faz parte da comissão dos candidatos, as próximas etapas do concurso não seriam prejudicadas pela suposta fraude. “Nós acreditamos que os possíveis fraudadores foram identificados e não vão obter êxito nas demais etapas. Como os possíveis fraudadores foram identificados, seria mais conveniente seguir com este e não nos prejudicar”.

A comissão também considera que, além de prejudicar os candidatos, uma nova seleção seria muito onerosa para o governo. “As autoridades competentes deveriam se sensibilizar e tentar agilizar todo o processo, não seria prático um novo certame, nova banca e nova prova”, disse Euthon Diêgo, que também informou que a comissão possivelmente deverá adotar medidas - judiciais, se necessárias - para dar continuidade ao certame. “Não ficaremos de braços cruzados, isso é certeza, nosso estado merece celeridade, pessoas estão morrendo por falta de efetivo e segurança”, completou.