A AOCP Concursos Públicos, empresa que realizou o concurso da Polícia Militar do Tocantins, informou que já identificou os candidatos apontados no inquérito da Polícia Civil como suspeitos de fraudar o certame e que irá eliminá-los do processo de seleção. A empresa garantiu ainda aos candidatos que aguardam a divulgação dos resultados desde o mês de março deste ano, que o concurso “encontra-se íntegro e livre de fraudes”.
Ainda segundo a AOCP, as investigações internas realizadas pela própria organizadora identificaram 5 suspeitos que também fazem parte da lista de 16 possíveis fraudadores apontados pela Polícia Civil.
Segundo a organizadora, no celular que foi apreendido em um dos locais de prova em Araguaína no dia da aplicação da prova objetiva, apenas 42 das 60 questões do concurso estavam corretas. Com este dado em mãos a organizadora realizou uma análise estatística para encontrar gabaritos que teriam sido preenchidos de forma idêntica ao celular encontrado.
Na busca, apenas 1 cartão de resposta foi identificado com respostas iguais às do celular. A empresa também procurou cartões de resposta com erros que coincidissem com o gabarito do aparelho. Nesta análise também só foi encontrado 1 cartão compatível, segundo a empresa.
A AOCP disse ainda que resolveu estender a busca por erros coincidentes para um intervalo ainda maior e chegou aos 5 possíveis fraudadores que foram eliminados do certame. Ainda segundo a empresa, não é possível afirmar que os 35 números de telefone apontados no inquérito tenham recebido o gabarito idêntico ao celular apreendido. “Esses números foram, sim, identificados pela polícia, mas não se pode afirmar que receberam as mensagens com gabarito igual ao do telefone celular apreendido pela nossa equipe”.
Inquérito
De acordo com o inquérito da Polícia Civil, 35 aparelhos teriam recebido o gabarito, mas apenas 16 puderam ser identificados. Os proprietários dos outros 19 aparelhos também foram identificados, mas, segundo os investigadores, muitos foram cadastrados em nome de pessoas que não tiveram envolvimento com a fraude.
Dentre os possíveis fraudadores, 3 seriam os mentores do esquema. Os demais envolvidos irão responder por associação criminosa e fraude em concurso público.
As investigações acerca do concurso da PM culminaram na realização de uma operação policial batizada de Operação Aleteia, realizada em Araguaína no último mês de junho na qual 13 pessoas foram presas.
Entre os presos estava Antônio Ferreira Lima Sobrinho, o Antônio Concurseiro, que seria líder da quadrilha.
Antônio Concurseiro no dia de sua prisão no Estado do Piauí